Com palestrantes nacionais e internacionais de renome, a partir desta segunda-feira (26) o Summit Cidades 2023 será o ponto de encontro dos principais debates sobre o desenvolvimento econômico e social das cidades. Uma megaestrutura foi preparada no CentroSul, na região central de Florianópolis, para recepcionar o público na terceira edição do evento.
Uma das palestras mais aguardadas de todo o evento aconteceu logo na manhã do primeiro dia: o jornalista Caco Barcellos falou sobre a desigualdade socioeconômica no Brasil a partir de sua vivência como repórter. Além dele, grandes referências nos desafios das cidades subiram aos palcos nesta segunda.
Os portões abriram por volta das 8h para o credenciamento de congressistas. O espaço principal do evento recebeu uma estrutura com três palcos simultâneos: palcos NSC, Compol e OAB. Cada participante recebeu equipamento de áudio individual, que permite ouvir as palestras de qualquer ponto do evento, garantindo uma experiência mais dinâmica.
Confira os destaques dos palcos e do primeiro dia da maior edição do Summit Cidades.
Palco NSC
O primeiro speaker a subir no palco NSC foi Bruno Watte, diretor geral da Nexpon, fundo vinculado ao Grupo NC que investe no desenvolvimento de startups. Watte explicou como o conhecimento técnico dos grupos de comunicação pode impulsionar os negócios, como informações sobre o perfil do consumidor e uma rede de relacionamentos comercial e institucional.
O contexto atual de incertezas e a necessidade de tomar decisões voltadas a um futuro de bem estar para toda a sociedade foi tema da palestra ministrada pela jornalista Adriana Molano Rojas. Para reduzir as diferenças sociais e estruturais entre as cidades, Rojas destaca a importância da colaboração entre as administrações municipais na construção de políticas públicas.
O palco também recebeu a palestra de Caco Barcellos, que apresentou um retrato da desigualdade brasileira e o papel jornalismo no seu enfrentamento. O repórter e apresentador também comentou que hoje os grandes veículos enfrentam uma concorrência positiva com as redes sociais, mas lamenta que, em alguns casos, elas sejam utilizadas como ferramentas sem compromisso com a informação. Barcelos acredita que, atualmente, “a reportagem se transformou na melhor ferramenta de combate às informações mentirosas”.
O debate sobre direitos humanos também marcou o primeiro dia no Palco NSC. Kerolyn Castanho, especialista em marketing humanizado, Mikarla Freitas, mentora profissional e de negócios, e o Padre Vilson Groh falaram sobre a importância da participação popular nas políticas de planejamento das cidades.
Mais uma palestrante internacional foi speaker nesta segunda-feira. Vianca Madrid Brañes, que atua como gerente da Vio Ge Ingenieros e professora de Engenheira Ambiental da Universidad Nacional Agraria La Molina, no Peru, falou sobre a necessidade do crescimento planejado e sustentável das cidades. Segundo Brañes, “as cidades sustentáveis são o nosso futuro, porque não temos três planetas Terra e as mudanças climáticas são realidade. Os aspectos econômicos, sociais e ambientais devem andar de mãos dadas, nenhum à frente do outro”.
O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, destacou no palco NSC soluções inteligentes adotadas pela administração municipal e a comunicação efetiva destas ações com o cidadão. “Tenho a convicção que todos nós que somos gestores públicos temos dificuldade de comunicar para a população o que a gente está fazendo. É muito importante que a prefeitura tome a frente do fluxo de notícias da sua cidade”, afirma.
Palco Compol
A programação do Congresso de Comunicação Política (Compol) ficou concentrada em um palco exclusivo. Na abertura, Vitor Roque e Marcello Natale falaram sobre produção e distribuição de conteúdo na Internet.
Para Roque, diretor da Post Público, empresa de criação de conteúdo político e institucional para as redes, “todo mundo quer viralizar na Internet, mas ninguém quer passar pelo processo da viralização. Para conseguir criar um conteúdo que funcione, é preciso fazer as pazes com o erro e entender que é preciso errar e testar o máximo de vezes possível para conseguir criar um conteúdo que viralize de fato”.
Mas, para além de criar o seu conteúdo, é preciso fazer com que ele chegue às pessoas. “As redes vão entregar o seu conteúdo para 5% do seu público, quando você deixa de comprar mídia você abre mão de conversar com 95%”, afirmou Marcello Natale, fundador da BN3 e realizador do Compol. “Comprar mídia não significa falar com mais gente, significa falar com o público certo”, finalizou Natale.
A manhã seguiu com Upiara Boschi e Dagmara Spautz, referências no jornalismo político de Santa Catarina. Na conversa, abordaram as dificuldades da cobertura política na época das redes sociais. “Muitas vezes, os políticos vão se interessar muito mais sobre os conteúdos das suas próprias redes do que da imprensa”, a problemática levantada por Upiara acompanha a pergunta: “Como ser relevante quando todo mundo virou veículo”?
Outro destaque do palco pela manhã foi a palestra “Eleição não se ganha”, ministrada por Emerson Saraiva, profissional com anos de experiência na criação de estratégias de marketing nas redes para campanhas políticas. Emerson envolveu o público com um conteúdo completo e didático sobre o uso das redes sociais focando nas eleições municipais de 2024. “A próxima eleição vai ter os candidatos que sabem usar o marketing e aqueles que perdem”, disse.
Palco OAB
O Palco OAB recebeu o II Congresso de Licitações Municipais, da seccional catarinense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os especialistas se concentraram em analisar a implantação da Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei nº 14.133/2021), que teve o prazo prorrogado de abril para dezembro de 2023.
A cerimônia de abertura, às 14h, foi conduzida pela advogada presidente da Comissão de Licitações e Contratos da OAB/SC. A abertura contou com palestra de Joel de Menezes Niebuhr, advogado especialista em Contratos Públicos.
Niebuhr destacou que o compartilhamento de experiências entre os municípios pode otimizar a implantação dos novos processos de licitação. “Vivemos um momento histórico para a administração pública. Depois de 30 anos, nós participamos da transição para um novo modelo de contratos públicos. A nova lei deve ser tratada como uma oportunidade”, disse Joel.
O espaço
Além dos palcos, os congressistas contaram com diversas experiências simultâneas no Summit Cidades, com programação em salas, no palco Fepese Experience e atrações culturais. O evento contou também com feira de negócios e espaços de coworking, possibilitando integração entre os setores e contato direto com as empresas e instituições parceiras do Summit Cidades.