O presente e o futuro do trabalho geram muitas dúvidas e algumas certezas com empresas e governos enfrentando falta de profissionais qualificados, principalmente em tecnologia e inteligência artificial. Nesse cenário, o economista Ricardo Amorim, em palestra nesta quinta-feira (26) no Summit Cidades 2025, em Florianópolis, Santa Catarina, deu um conselho estratégico aos prefeitos do Brasil: ensinar a todas as pessoas usar inteligência artificial (IA). Isso inclui desde as crianças e adolescentes até as pessoas maduras.
– O maior desafio, o mais importante que nós, no Brasil e no mundo temos, e que os municípios têm um papel fundamental, é de preparação das pessoas para essa nova realidade. Eu digo das pessoas e não das crianças porque não vai bastar preparar as crianças. A gente tem que preparar uma geração que já está no mercado do trabalho, que vai ter que ser requalificada – destacou Ricardo Amorim para uma plateia atenta.
De acordo com o economista, as pessoas não estão sendo substituídas pela inteligência artificial, elas estão sendo potencializadas por essa tecnologia. Para mostrar isso, ele citou exemplo de uma consultoria que reuniu um grupo de pessoas para fazer uma mesma tarefa. Recomendou para a metade fazer de forma tradicional e a outra metade, usando inteligência artificial. O segundo grupo, que usou a IA, conseguiu completar 12% mais tarefa, 25% mais rápido e 40% melhor.
– Aonde eu quero chegar com isso, trazendo para a realidade das cidades: a minha preocupação nesse mundo novo é que a inteligência artificial vai melhorar para burro a eficiência de um monte de coisas, vai criar um monte de novas funções, mas vai acabar com as funções exatamente das pessoas menos qualificadas e mais pobres. Isso significa, na prática, ponto número um: que o papel do estado em relação a essas pessoas vai aumentar. Ponto número dois: que a necessidade de a gente preparar as pessoas para a nova realidade é cada vez maior – disse Ricardo Amorim
Ele também mostrou que está usando uma palavra diferente para definir quem não está preparado para usar as novas tecnologias, diz que é uma pessoa inempregável, ou seja, alguém que praticamente não consegue mais emprego porque está despreparado. É diferente do desempregado que está habilitado caso encontre uma colocação amanhã.
Na palestra, Ricardo Amorim explicou a diferença entre inteligência artificial preditiva e inteligência artificial generativa. Ele observou que IA preditiva já existe desde 1965 e é baseada em números, portanto, é mais difícil. Já a inteligência artificial generativa existe há menos de três anos, surgiu com o ChatGPT e é baseada em textos. Isso facilita o uso.
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