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24/06/2025

Primeiro dia do Compol Brasil destaca transformações na comunicação política e tendências do mercado brasileiro

Com três palcos simultâneos no Summit Cidades, maior evento de comunicação da América Latina recebeu palestrantes que são referências do marketing político

As transformações na comunicação política e as principais tendências do mercado brasileiro marcaram o primeiro dia do Compol Brasil 2025. O maior evento de comunicação da América Latina acontece dentro do Summit Cidades, de terça (24) a quinta-feira (26), no CentroSul, em Florianópolis.

Em três palcos simultâneos, profissionais que são referência no marketing político apresentam ao público reflexões sobre a relação e conexão entre políticos e eleitores, estratégias digitais determinantes na comunicação política, uso da inteligência artificial e cases de sucesso. Para Marcello Natale, um dos criadores do Compol Brasil, a comunicação política no país vive um momento de transformação, e o evento representa uma virada de chave no mercado.

“Estamos testemunhando o nascimento de um mercado mais profissional, menos baseado no improviso e mais pautado em inteligência. O Compol Brasil faz parte dessa transformação e a prova disso é um evento que reúne milhares de profissionais que fazem marketing político e que estão escrevendo esse novo capítulo”, afirma o especialista em comunicação política e estratégia digital. A edição nacional do Compol marca o início dos eventos regionais, que serão realizados em quase todos os estados do Brasil.

Na abertura dos palcos do Compol, o publicitário e especialista em marketing político Guto Araújo apresentou o conceito e a estrutura do Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), os pilares que sustentam a entidade e sua importância para a profissionalização do mercado. Um dos destaques deste ano é o 4º Prêmio CAMP, realizado nos anos não eleitorais, que nesta edição amplia as categorias de premiação para incluir iniciativas de comunicação governamental, além das campanhas eleitorais — com distinções para cidades com menos de 200 mil eleitores.

Conexão emocional e criatividade nas campanhas eleitorais

Um dos entusiastas da comunicação política no país, Juarez Gomes trouxe ao Compol a experiência acumulada em campanhas eleitorais no Nordeste. No painel “Aí é que tá! Como conquistar atenção e conectar corações”, ele apresentou os principais conceitos que norteiam seu pensamento criativo e estratégico. Entre eles: sentimento público, relevância do que é importante para o eleitor, viabilidade de execução e criatividade para transformar ideias em produtos que conectem.

“A percepção de sentimento da população muda de eleição para eleição, e esse fator precisa ser considerado. Assim como a relevância do que é importante. O que é mais importante dentro do sentimento público? A partir disso, precisamos de estratégias possíveis de executar. O mundo é de quem faz. Considero que transformar a estratégia no processo criativo é o traço do mercado da comunicação política”, afirmou Juarez.

Desafios contemporâneos

Com atuação em eleições desde 1986, Felipe Soutello, especialista em estratégia e marketing político e eleitoral, levou ao palco do Compol provocações importantes sobre o atual cenário político do país. No painel “Desafios contemporâneos do marketing político”, Soutello abordou temas como polarização, os conceitos de direita e esquerda, o uso da inteligência artificial e as transformações provocadas pelas redes sociais na forma de fazer política.

Sócio-proprietário de duas agências de comunicação, o especialista também refletiu sobre o papel dos profissionais que atuam no marketing político. “O mercado da comunicação política está crescendo cada vez mais. Mas precisamos refletir sobre o nosso papel no processo político. Ajudamos os políticos a construir suas narrativas e quais são os limites disso? Não podemos esquecer que a política altera a vida de milhões de pessoas, e temos que atuar com responsabilidade”, afirmou.

Crítico à PEC 12/2022 que propõe o fim da reeleição e unifica as eleições a cada cinco anos, Soutello alertou para os riscos da proposta ao processo democrático brasileiro. “A nossa democracia, o processo de votar em um candidato, ainda é jovem. Não podemos ir às urnas a cada dez anos em um mundo onde as mudanças acontecem a todo momento. Além disso, os problemas reais da população podem perder espaço para discussões polarizadas”, concluiu.

O Compol é realizado pela Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (Fepese), em parceria com as agências NinaLab e BN3.